terça-feira, março 22, 2011

Caminho para a Eternidade - Parte II



Os pés delicados desciam as escadas de marmore em direção ao seu destino,não poderia fugir daquele momento nem se desejasse, alias, seria uma grande desonra para a familia. E ela realmente não os odiava a ponto de acabar com a vida social deles. Sacrificar sua felicidade por de outros parecia burrice, mas não quando os “outros” eram seu pai e sua mãe. Que sempre deram tudo que necessitava, e é claro, a criaram. Olhou pelos corredores, focando de onde sairiam as vozes animadas e se aproximou lentamente da sala de jantar, abrindo a grande porta dupla com ambas as mãos. A primeira pessoa que fitou ali parada foi seu pai, belo, alto, com aparência de um homem de trinta e cinco anos, cabelos castanhos claros, quase alaranjados, barba por fazer e olhos verdes escuros. Usava um terno extremamente social, enquanto conversava alegremente com o homem a sua frente.
- Meg!
Ouvia a voz alegre do pai ao vê-la entrar na sala, enquanto se aproximava com um belo sorisso estampado  na face, o homem que estava conversando com ele se virava lentamente, encarando-a com o olhos fixos. Por um momento Meg sentiu falta de ar, ele era extremamente forte, musculoso... Devia ter quase dois metros de altura, os cabelos negros, presos em um rabo de cavalo desciam até o meio das costas largas, os olhos azuis claros, quase transparentes, o rosto era extremamente quadrado, sem pelos, e labios finos... Chegava a ser assustador. O homem ergueu lentamente a sombracelha direita enquanto a encarava de cima pra baixo, Meg percebeu o olhar sobre seu corpo, ele a estava medindo como se ela fosse um pedaço de carne no Açogue. O pai falava com ela, mas não ouvia, encarava o homem com superioridade, quem ele pensava que é para olha-la daquela maneira...?
Sentiu a mão de seu pai apertando seu braço e gemeu, visivelmente incomodada com aquilo tudo.
- Meg, curve-se diante do Rei.
A jovem congelou, O que? Aquele ali era o Rei?
O panico estava estampado na face de Meg, tinha vontade de sair correndo, subir as escadas, se esconder no quarto e nunca mais sair. Contudo, respirou pesadamente e fez uma delicada reverencia ao Rei, vendo-o sorrir vitorioso. Definitivamente, odiava a mania de superioridade daquele homem, alias, odiava tudo nele assim que o vira, era extremamente prepotente, metido, arrogante.
- Esqueceu do Majestade.
A voz do rei imundou o local com vigor, era grossa, forte, tal como um rei haveria de ser, aliás, no fundo, causava medo.
- O que, senhor?
Meg questionou, erguendo o olhar confusa.
- Deve me chamar de Majestade... Soberano... Enfim, pensei que seus pais haviam lhe dado esta educação.
Virou o rosto fitando o pai ao lado deles dando um olhar raivoso para Meg. O rei ria altamente, suspirando enquanto pegava os ombros de Meg e a deixava com a postura ereta.
- Não se preocupe, Nicolas. Sua filha aprenderá todas as lições comigo...
Sentiu um tremor no corpo quando ele lhe direcionou um olhar penetrante, Meg mordeu o lábio carnudo e deu um passo pra trás, era impressão dela, ou aquilo soou machista e... Pervetido?
Olhou para o pai e viu um olhar de reprovação em sua face, se sentia confusa, o que o Rei faria na casa dela? Será que seu par era algum amigo de confiança dele? Observou o rei se sentar numa das cadeiras do conjunto com a mesa de jantar, abriu as pernas largas, despreocupadamente, e disse, frio como sempre:
- Traga-a até mim, Nicolas.
A jovem franziu a testa em desacordo, não importa se era o rei, aquele homem definitivamente não parecia saber como tratar uma dama. Sentiu a pressão no braço enquanto o pai praticamente a forçava a se aproximar do rei. Deu passos pequenos, mantendo-se o mais longe possivel dele. Repentinamente sentiu a mão direita do rei direto em sua cintura, puxando-a pra frente, para mais proximo de si. Sem se importar, levou a mão esquerda para trás da cabeça da jovem, pegando o prendedor, e soltando as melenas negras, levemente onduladas sobre a pele clara de Meg. Ele sorriu, comentando enquanto afundava a mão nos cabelos da jovem.
- És bela assim... Com o cabelo solto. És uma moldura para teu rosto angelical, Meg. A quero sempre com os cabelos assim.
Pertubada com tudo aquilo, Meg deu um meio sorisso ao rei, como se agradeçida com o elogio, ainda que a força que a mão direita dele fazia sobre sua cintura lhe causasse incomodo e certa dor. Além de soar extremamente pervetido tudo aquilo, como se fosse errado demais ele a tratar daquela maneira diante os pais. Fugiu o olhar do dele, virando-se ao pai, como se pedisse a ele para retira-la dali o mais rapido possivel, ou para, pelo menos, lhe explicar algo. Porém, foi sua mãe a se pronunciar no ambiente, falando enquanto observava a cena a distancia.
- Meg, trate melhor vossa majestade, ele que garante a vivência pacifica com os humanos, além de garantir a proteção da nossa raça. Ele só venho aqui hoje para lhe ver, conhecê-la.
A jovem engoliu em seco, e virou o rosto ao rei que continuava acariciando seu cabelos com delicadeza, como se ela fosse uma boneca que ele gostasse de observar e... Tocar.
- Majestade, agradeço a visita.
Foi tudo o que conseguiu dizer, embora a frase tenha saido mais rispida do que desejava, o olhar daquele homem era tão sobrenatural que a deixava de pernas bambas. Já havia ouvido falar dele, Victor , o Rei dos Vampiros. Diziam que ele agia com tanta selvageria como um animal, seu nome causava temores nos poucos humanos que sabiam da existência da raça, e além disso, era visto como um dos mais ousados Reis de toda uma era. Uma vez, ouviu uma empregada dizer que havia se deitado com o Rei uma vez e que tinha, até hoje, a cicatriz de tal noite. Decidiu afastar aqueles pensamentos, completamente enojada. Fitou a mãe novamente, perguntando num meado de voz.
- Mãe... Disse-me que eu conheceria meu par esta noite...
- Sim, filha.
Ouviu o pai responder atrás de si com doçura, como sempre.
- Bem... Então aonde ele esta?
Uma risada alta cortou o ambiente, tão alta que chegou a incomodar seu ouvido, a jovem fez uma careta, fitando o Rei se divertir com o que ela disse, como se a mesma fosse sua boba da corte.
- Disse algo que não deveria?
Questionou, encarando-o friamente, controlou a vontade de fechar a boca dele, de dar-lhe um tapa tão forte que deixaria a marca de sua mão delicada. A gargalhada durou alguns segundos a mais, enquanto Meg o odiava profundamente. O Ambiente ficou mais pesado, enquanto o Rei, sozinho, parava de rir devagar, voltou a encara-la como se ela fosse apenas uma criança. Disse com um sorisso desdelhoso na face, ainda tentando se controlar para não rir mais dela.
- Não esta satisfeita só comigo?


4 comentários:

  1. Toda vez que leio seus contos, posso imagina-los, como se fosse real. (L

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  2. Estou amando ler mais um conto seu, e este está otimo. voce está de parabens.

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  3. Esta ótimo. cada parte que leio fico mais curiosa.

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