quinta-feira, setembro 08, 2011

Caminho para a Eternidade - Parte V


A empregada se virou, surpresa, quase tropeçando nas próprias sapatilhas pretas. Aproximou o cabide com um vestido vermelho dos seios, abraçando-os.
- Her... Senhora... Não acho que seja apropriado falarmos disso.
- Bem, eu acho que é sim, Anne. – Meg não se moveu, apenas encarou a amiga pelo reflexo. – Afinal, irei me casar com ele... Essa seria a melhor hora para saber tudo sobre meu futuro marido.
Observou a jovem pequena suspirar, como se preparasse a si mesma para as coisas que diria a Meg, afastou o vestido do corpo e o depositou na cama, ao lado de outros.
Começou a falar meio relutante, porém com certo cinismo na voz, como se no fundo apreciasse aquilo embora a voz tenha saido um tanto triste.
- O que sei são boatos, Senhora. E como bem sabes, pouco deve confiar em historias que se passam assim, entre iguais.
Meg se afastou da comoda, sentando-se na cama e cruzando as pernas, enquanto a mão direita foi a seda do vestido vermelho que outrora esteve proximo ao corpo de Anne, sussurrou provocativa:
- Discordo, creio que essas historias devem ser as mais confiantes. Os nobres só sabem elogia-lo, gostam de manter a aparência. Aprenda uma coisa Anne, nunca acredite num nobre. Pode fazer qualquer coisa apenas por sua propria ambição, seja para se aproximar mais de alguém que o interesse, ou arruinar a vida de outro com fofocas falsas. Já vocês, contam o que sabem, e o que sabem lhes foi contados por outros trabalhadores da mesma classe que nenhum interesse tem em dizer mentiras sobre os nobres, compreende?
Anne riu baixo, aprovando o que Meg dizia, pegava uma última peça do guarda-roupas e o aproximava da cama, depositando o mesmo no pouco espaço ainda livre no colchão coberto por vestidos de seda.
- Sim, a senhora esta certa. És mais inteligentes que o conselho do Rei.
Meg ergeu o olhar, encarando a amiga, sabia que se realmente casasse com o Rei exigiria que ela o acompanhasse como dama de compania, adorava a presença da doce Anne.
- Se fosse tão inteligente como julga bolaria um plano perfeito para fugir deste casamento, Anne. – A jovem se levantou, ignorando a empregada que se mantinha em pé proxima a cama. Indo até o guarda-roupa aberto e retirando, ali um vestido branco e um corselet preto. Observou que Anne fazia o gesto de dizer algo e a intemrrompeu antes de dissesse o que já sabia. – Desejo cavalgar, e não será a presença do rei que me fará vestir novamente um desses vestidos de festa e ficar sentada comportada. E não se preocupe, usarei a capa negra.
Anne não discordou e se aproximou de sua senhora, ajudando-a colocar o vestido branco, longo e colocar o corselet apertado, enquanto pressionava o laço nas costas, deixando com a silhueta mais fina ainda.
- Anne, ainda não me disse o que... – Meg soltou um gemido baixo, enquanto respirava fundo para recobrar o folego – O que sabe sobre o Rei...
- Como já disse senhora, não deve dar tanta fé ao que diz o meu povo...
- Tá bem... Tá bem... Agora me conte.
- Pouco que sei, é que ele é um homem de gosto peculiar, porém vasto. Poderia lhe dizer que numa mesa com dez pratos, ele pegaria os dez, contudo, somente o melhor de cada um deles. É obcecado por guerras, e passa o dia inteiro senão na compania do conselho, treinando e malhando. Dizem que o jovem Rei tem um harém com as mulheres mais belas de toda nossa raça, que o alimentam sempre, além de servirem para o fim sexual. – Anne sussurrou a última palavra, envergonhada. Terminando de amarrar o corselet de Meg.
- Entendo... Sabe se tem algum filho? – A jovem ajeitou o corselet nos seios médios e macios, arrumando-o abaixo dos seios, para não ficar muito vulgar.
- Bem, senhora, nossa raça dificilmente engravida, sabe bem disso.
- Ele tem seiscenta e oito anos, é um homem novo para nossa raça, porém, ainda sim, são bastante anos vivendo em orgias, não acha?
Anne se aproximou da senhora, trazendo em mãos as botas de montaria e entregando para a mesma. Que o colocava nos pés sem dificuldade.
- Sim. Mas mesmo assim, um casal vampiro ter um filho, hoje em dia, já é um grande milagre. Teve reis que só conseguiram ter após duzentos anos. Mas bem, senhora, nunca soube de algum bastardo. Mas nunca se sabe...
- Exato Anne, Nunca se sabe, enfim, agradeço as informações minha doce e única amiga. – Meg sorriu, enquanto terminava de colocar a capa preta acima dos ombros pegava rapidamente um prendedor e fazia um coque com os cabelos negro, deixando alguns fios rebeldes na face, finalizou a maquiagem passando lapis preto e um batom vermelho-sangue, seu preferido. Inclinou-se um poouco e beijou Anne no rosto, que sorriu, dizendo enquanto rapidamente se afastava -  E agradeço por ajudar a arrumar-me também!

2 comentários:

  1. amei roberta vampire estou esperandp a continuaçao

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  2. vc só errou o "seiscenta" que na verdade se escreve sessenta ou vc quis dizer seiscentos?

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