quinta-feira, abril 03, 2014

Caminho Para a Eternidade - Parte XVII






Um Mês depois.

Melissa sorria distraidamente observando seu reflexo no espelho, os cabelos pretos, densos pareciam levemente maiores, e a garota usava a escova para deixar os cachos largos mais definidos. Estava na penteadeira, em seu quarto, aliás, tentou se lembrar há quanto tempo não havia saído daquela mansão, de fato, o rei proibira, tinha medo que ela fugisse. Não que ela desejasse sair, digo, ela nem saberia aonde ir, nunca conheceu o mundo lá fora. Depositou a escova na cômoda e pensou qual teria sido a última vez que falara com Victor, de fato, desde aquela noite em que ela se machucara  ele nunca mais havia tocado nela, nem nada parecido, os dois eram como completos desconhecidos. Lembrou de tê-lo visto passando pelo corredor no café da manhã e mais nada, Victor era ocupado demais, e só voltava poucos minutos do sol nascer. 
Como se a tivesse ouvido, a porta se abriu com força, fazendo Melissa virar o rosto e encarar, Victor, ali, mas não eram nem... Seis da tarde? Como sempre, ele nem a olhou no rosto, apenas abriu a camisa e a jogou no chão, enquanto se acomodava na cama erguendo as pernas pro alto e jogando os coturnos pelo quarto fazendo um enorme barulho.
O fitando curiosa pelo reflexo do espelho, Melissa notara que ele parecia profundamente perturbado, fitava a parede a sua frente, com as mãos nas têmporas. 
- Algo aconteceu? – Melissa se ouviu falando, surpresa.
Victor fitou os olhos nela, e pela primeira vez desde que o conhecera, fitou seus olhos e não seu corpo.
- Não te interessa. 
Melissa engoliu em seco, levantou-se ajeitando o vestido preto e sentou na cama, próxima a ele.
- Bem, eu sou a rainha, claro que me interessa – disse com uma calma que fez Victor erguer a sobrancelha. 
- Ah, foda-se... – Victor ergueu as mãos – Pois bem, estou no ponto de comer o coração de todos aqueles velhos do conselho. Satisfeita?
- Por que? – Melissa sabia, que Victor, assim como foi o pai dele, era absurdamente fiel ao conselho, sempre os obedecendo. Aquilo realmente a interessou. 
- Alguém esta transformando humanos. 
 Bem, Melissa não tivera o melhor dos estudos em relação a termos técnicos, mas de uma coisa ela sabia, havia duas maneiras de ser um vampiro, ou você nasce vampiro, sendo fisicamente humano até a perda da virgindade que é quando seu lado “vampírico” acorda, ou quando um vampiro morde e transforma outro humano. Contudo, isso era absurdamente raro, de uma maneira geral, era condenável transformar humanos porque nunca tinha um final feliz, humanos lidam muito mal com o termo moral de sugar sangue, ou lidam tão bem que causam assassinatos em série. 
- Bem... Isso é errado, mas... 
- Não terminei ainda – Victor interrompeu – Esse vampiro que esta a solta, não esta simplesmente transformando humanos e cuidando deles como seria sua responsabilidade, mas sim, transformando qualquer humano que encontra na esquina, transformando e os abandonamos. Resultado dessa porra? Um número crescente de casos de seres humanos sendo encontrados mortos em becos com nenhum pingo de sangue... E é óbvio, que isso chamou a atenção da policia e da mídia. 
- Deus... Podemos ser descobertos... – Melissa tampou a boca pra conter a surpresa. 
- E pra foder tudo de vez – Victor admitiu – a merda do conselho quer que eu simplesmente fique de fora disso, deixando na mão deles a resolução. 
- O que você pretendia? – Melissa se aproximou mais, pela primeira vez se sentia parte do mundo real, de algo mais emocionante do que simplesmente se manter uma princesinha. 
- Mandar os “Phantom’s”  pra cada canto do centro de São Paulo, os mantendo lá até que vissem algo de suspeito e me avisassem. Eu mesmo faria esse Vampiro pagar por todas essas crias humanas desgovernadas que criou.
- E porque não faz isso? – Melissa questionou – Os Phantom’s são os vampiros guerreiros com maiores habilidades de infiltração que existem, dizem que são imperceptíveis... 
Victor encarou Melissa, admitira, estava surpreso, aquela mulher realmente sabia quando ser firme e forte, ao mesmo tempo que era frágil e feminina, mas era óbvio que Melissa não compreendia tudo, dizer “não” ao conselho é como libertar um prisioneiro de tortura, mais cedo ou mais tarde, o prisioneiro iria voltar para mata-lo. O conselho era formado simplesmente com os vampiros mais influentes do mundo vampírico, se eles quisessem destronar Victor, conseguiriam em uma semana.  
- Victor, você é o rei. – Sentiu algo tocar sua mão e percebera que era Melissa, agora o encarando profundamente – Você sabe o que é melhor pra raça, passou sua vida inteira sendo treinado pra esse momento. 
Sem muita reação, Victor apertou a mão de Melissa com força. Realmente, era bom demais ouvir aquilo, por mais que soubesse, ás vezes ele se sentia como se fosse a porcaria de uma bandeira, apenas um objeto aonde todos lhe dedicavam admiração, mas que não fazia mais porra nenhuma do que representar um papel e só. 
- Sim, eu sou o Rei. – Disse, por fim. 

Os olhos se abriram repentinamente, Melissa se viu fitando o teto e por um momento, não reconheceu o lugar. Sentiu uma sensação de pânico partir do fundo de seu peito e reconheceu que ali era seu novo quarto, ainda não se acostumara com aquele lugar, era como se estivesse em férias na casa de algum estranho, ou num sonho. Colocou as mãos nas têmporas e tentou se recordar do que lhe causara o susto inicial que a despertara. Outro pesadelo? Desde do casamento era assim, pesadelos desconexos que a faziam despertar em súbito terror. Fitou o lado direito da cama, deprimida, mal vira Victor há semanas, ele só entrava pra dormir, havia decidido deixa-la em paz depois daquele inicio tempestuoso. E dali, quem diria, o inferno teria se instalado.
Era o assunto de todos, o rei que rejeita a rainha, a rainha que não terá um herdeiro. Melissa os ouvia cochichar por todos os cantos, paredes com ouvidos, janelas com olhos e portas com lábios. Estava tão cansada, queria sumir dali, nem se lembrava mais o que era viver sossegada, em sua casa, sonhando com um amor eterno... Com Erik. 
Ah, Erik... – Melissa apertou seu corset com força e colocou as mãos nos seios delicadamente, imaginava ela estar num casamento tão infeliz assim? Ainda intocada, sem ele, sem ninguém. E o que mais se recusava a admitir era que Victor fazia falta, ele era tudo que sobrara de real naquele castelo de cartas, mesmo sendo tão pouco o contato entre os dois. 
Sentiu algo queimar dentro dela de repente, atirou os scarpins longe e pegou dois coturnos de salto pesados, os vestiu com uma rebeldia que desconhecia, algo que gritava de dentro de sua alma. E saiu o mais rápido possível pelos corredores da sua mansão, da sua prisão. Foi interrompida por alguém perguntando se ela ia comer algo, ignorou e prosseguiu, só respirou fundo quando fixou o olhar no estábulo. Depois de alguns dias de tristeza, Victor a presenteara com o melhor presente que poderia receber de alguém, ele permitiu a vinda de seu cavalo, Mondrel, estava ali, de volta. O cavalo negro a reconheceu e relinchou alto, fazendo Melissa sorrir e abraça-lo. Quando o tocou, nem tudo parecia perdido, e uma chama de esperança brilhou dentro dela. Acariciou o pescoço do cavalo e subiu sem rédeas, não, não naquele dia, aquele dia ia se sentir um pouco mais livre, desde que essa liberdade seja apenas subir no cavalo sem certa proteção. Victor permitira a vinda do cavalo com apenas uma condição, ela jamais poderia sair da mansão sem ele, e poderia apenas cavalgar no longo campo ao redor da mansão, campo, aliás, protegido com um enorme muro e muitas câmeras de segurança. Aquilo era loucura, pouco, mas Melissa estava satisfeita. 
Acariciou o cavalo com saudades e se inclinou no ouvido do mesmo, sussurrando: 
- Vamos, Mondrel, vamos nos unir como antes.




PS. Pois é,
escrevo esse livro/conto desde 2011, e agora, é a primeira vez que esta realmente chegando perto da onde parei, fico preocupada com o avanço da história, ela chegou num ponto bem crucial, e embora, muitos pensem que eu já sei que vai acontecer, sinto decepcioná-los, mas não sei. Poucos sabem, mas este livro é totalmente baseados em sonhos, logo, é apenas quando durmo que sei o que fazer com a história. Bem, nesse ponto, tenho uma pergunta: Torcem pra Melissa ficar com alguém? Se sim, quem? Erik ou Victor? Beijos mordidos!

12 comentários:

  1. Estou amando essa história ! continue por favor ! Desde o primeiro encontro entre a Melissa e o Victor eu me apaixonei pelos dois no final espero que eles fiquem juntos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eles possuem um fogo né? Ahahaha'
      Continue acompanhando, quem sabe seu desejo se realize?

      Obrigada pela participação!

      Excluir
    2. Concerteza continuarei acompanhando!

      Excluir
  2. Olá, comecei a ler seus contos esse mês, e estou achando muito interessantes. Amo triângulos amorosos, e devo revelar que prefiro os vilões com cara de mocinhos! Até agora não sei muito sobre Erik e suas intenções para com Melissa, o que pude perceber é que se amam porem estaria ela se apaixonado pelo Vik? Eis a grande questão! Pois é claro que o Victor já está apaixonado por ela e não se deu conta Ainda.

    Ps: Também sou uma aspirante a escritora, e sei o que vc está passando (KKKK). Meu email é driknoctur@gmail.com
    gostaria de trocar umas ideias com vc um dia desses!

    Aguardando mais capítulos!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Claro! Me adicione no meu facebook.
      Será um prazer conversar com você querida.

      Pois é, Melissa esta confusa, Victor é atraente, contudo, imoral. Mas quem sabe ela não consiga muda-lo?

      Obrigada pela participação!

      PS. Vampiros são naturalmente vilões né? Por isso nosso fascinio por eles.

      Excluir
    2. não quero ser chata mas... Significados de Vilão :Pessoa de intenção maldosa. boa parte dos atos dos vampiros por mais que pareça de maldade não é intencional e sim instinto...assim como humanos matão e comem o gado sem culpa nem achamos maldade, de mesma forma diversos tipos de vampiros diferentes tens certos abtos que a olhos humanos podem parecer maldade porem a eles não, ai entra o ponto de vista, o gado tbm deve ver os humanos como monstros pro matalos e usalos, porem os humanos não pensão assim do ponto de vista humano não é maldade assim como certas abtos de diversos vampiros não são maldade aos olhos deles por mais que seja ao noss ponto (humanos) ...

      Excluir
  3. Victor poderia aprender a mudar por ela , porem erick ... a coitadinho... realmente a ama mas ele podia se cruzar com alguem que sei la uma outra mulher que foce ajudar ele a ''salvar a melissa'' mais acabacem se apaixonando esquecendo melissa enquanto Victor e melissa juntos tentavam descobrir quem era o vampiro que tava transformando humanos nessa acabam se aproximando mais e acabam descobrindo que esse vampiro que esta fazendo crias humanas é do proprio conselho (ai sei la derruba o conselho deixando apenas o império de victor e melissa) que vão ficar mais felizes apos disso e talvez um herdeiro foce bom também u.u

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Adorei! Ahahah' Foi bem original, e tenho que admitir que talvez tenha chegado perto da verdade. Algumas coisas estão definidas, outras estão sendo guiadas. Já pensou em escrever contos?

      Beijos mordidos!

      Excluir
  4. na verdade eu escrevo mas não publico... é algo pessoal mostro a poucos... realmente gosto muito de ler contos e escrever e tbm de aprender tudo possivel de todos tipos de vampiros... quando comecei a ler seus contos, fiquei admirada, é bem o que se passa geralmente em minha mente porem com muito, muitos mais detalhes... um dia irei conseguir escrever contos como vc ai eu penso em publicar hahahaha (estava sem net por isso a demora ah responder) aguardo ansiosa pela próxima parte deste conto ;)

    ResponderExcluir
  5. Eu torço pra ela ficar com Victor, ele poderia sofrer por amor talvez ;)

    ResponderExcluir
  6. Gostei bastante da ideia da Larissa Barbosa , seria interessante . Estou ansiosa para o próximo cap

    ResponderExcluir
  7. Amando essa história... quando postará o próximo capítulo??? Espero ansiosa.

    ResponderExcluir