sexta-feira, julho 30, 2010

O Mestre Vampiro - Parte IV


 “Lembro-me da chuva... Não que ela tivesse algum significado pra mim, mas no dia... “O dia” em que tudo aconteceu estava chovendo... E se não me engano eu fechei os olhos no exato momento em que observava as gotas de água bater contra o vidro da janela... E aquele cheiro, tão envolvente e puro no ar. Era sangue...”
Nesse exato momento, Gabrielle se trocava rapidamente, pegou um camisa feminina branca qualquer e colocou rapidamente no corpo juntamente com a calça jeans justa, olhou-se no espelho, estava acabada, cara de quem dormira demais ou não dormira nada. Passou rapidamente um batom vermelho, lápis dos olhos e foi ao encontro de Henrick e quem mais estivesse lá em baixo com ele. Tinha que admitir estava curiosa. Henrick nunca fora de trazer vampiros pra dentro de casa, muito menos apresentá-los a ela. Mas agora, ah! Agora seria diferente, ele teria que apresentá-la.
Com um sorisso amarelo nos lábios, ela desceu as escadas em aspiral, parou levemente no meio da escada quando sentiu aquele cheiro metálico, Sangue... Respirou fundo e continuou a descida, seguida por seus instintos e pelas vozes, foi ao encontro de Henrick.
A porta estava semi-fechada, podia ouvir vozes de homens e risadas de mulheres, empurrou levemente a porta, fazendo um estrondoso ruído que não desejava, fez uma careta, “Por que tínhamos que morar numa casa tão velha?” – Pensou, até perceber que os olhares de todos na sala de jantar estavam voltados pra ela.
Sorriu ao perceber que Henrick quase engasgara com o sangue que bebia na taça quando a viu. Continuou sorrindo, agora com mais satisfação. E parou pra notar bem quem eram os convidados, o vampiro que conversava com Henrick antes de triunfal entrada aparentava ter uns vinte anos, tinha uma cara de garoto, olhos castanhos e cabelos negros e lisos até a cintura em um pratico rabo-de-cavalo. À direita, encostadas no canto da sala, estavam duas loiras, ambas de olhos azuis e lábios rubros. Elas eram mais baixas que Gabrielle e pareciam gêmeas com tamanha semelhança física entre ambas.
Após o engasgo, Henrick engoliu em seco e se aproximou delicadamente de Gabrielle, aproximando seus lábios do ouvido da garota. E sussurrou:
- O que faz aqui? – Sua voz era seca.
- Ouvi barulhos e decidi descer pra conhecer seus amigos...
Henrick suspirou pesadamente no pescoço de Gabrielle a fazendo sentir-se completamente arrepiada, imediatamente, ele lhe pegou o braço e a fez se aproximar do homem de cabelos longos.
- Este é Marco. – Henrick começou, notando que nesse exato momento o vampiro pegava a mão de Gabrielle para lhe dar um beijo. – Marco... Essa é Gabrielle...
Satisfeita com a situação, Gabrielle sorriu, balançando levemente a cabeça enquanto sentia os lábios gelados de Marco lhe depositar um beijo na mão:
- É um prazer, bela Gabrielle... – Disse em italiano.
- O Prazer é meu... Marco. – Gabrielle respondeu também em italiano.
Puxando-a com certa força ainda pelo braço, Henrick a levou ao encontro das loiras, dizendo rapidamente:
- Meg e Melissa, essa é Gabrielle...
- Prazer... – Gabrielle sussurrou rapidamente. Antes que pudesse pensar em algo mais pra dizer, uma das loiras a agarrou dando-lhe um beijo na boca, Gabrielle pensou em se afastar, jamais havia sido beijada por uma mulher em toda sua vida, contudo, achou que se recusasse acabaria envergonhando Henrick.
- Ela... Tem gosto... – Começou a loira após o beijo lambendo os lábios sujos de sangue, nesse momento Gabrielle percebeu que o sangue era dela, de seus lábios doloridos. – Ah! Tem gosto de Rosas... Diga-me, gosta de Rosas?
- Gosto sim, senhora. – Gabrielle respondeu, pensando como foi idiota de ter falado “senhora”.
- Hummm... Está no gosto. Ahmm... Mas seu sangue tem gosto de mais alguma coisa... – a Vampira começou, olhando pro teto pensativa. Logo finalizando com um sorisso perverso nos lábios. – Tem o gosto de Henrick.
Henrick sorriu um pouco, mas Gabrielle percebeu que aquele sorisso não era sincero. Ela sabia que ele estava nervoso, contudo, queria mais ainda continuar ali, naquele jogo. Foi com esses pensamentos que Henrick deu um leve puxão em seu braço novamente, fazendo-a gemer, rapidamente se desculpou com seus convidados e começou a puxar Gabrielle pro banheiro.
Sendo empurrada contra o azulejo, Gabrielle gemeu mais um pouco. Estava assustada, nunca vira seu mestre daquela maneira.
- O que quer de mim? – ele perguntou se afastando dela, furioso.
- Como assim? – Questionou a garota.
- Sou um bom mestre não sou? – rebateu Henrick rapidamente colocando a mão no próprio tórax.
- Sim... É... – Gabrielle disse num meado de voz.
- Afinal, como eu não seria? Trato-te bem, te deixo ter sua liberdade, te deixo caçar sozinha... Porra! O que quer de mim, Gabrielle? – perguntou de novo batendo os punhos contra o azulejo fazendo dois vastos buracos.
- É sim... Um ótimo Mestre... – ela disse sarcasticamente. Um tanto revoltada.
- Está brincando comigo? O que pensa que sou? – Perguntou, fitando-a com os olhos vermelhos.
- Olha, esquece ok? Não vou mais te incomodar. Eu vou embora daqui.
- Pare de tentar fugir dos problemas Gabrielle! Você não tem mais 15 anos!
- Não? Tem certeza disso, Henrick? Pois você me trata como uma!
- Quer que eu te trate como? – Henrick perguntou furioso enquanto puxava a cintura de Gabrielle para junto do corpo másculo dele – Quer que eu te trate como uma mulher?
Questionou antes de lhe dar um beijo violento, voraz e faminto.
 

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