sexta-feira, julho 30, 2010

O Mestre Vampiro - Parte V




O beijo foi ousado, era evidente que Henrick apenas queria mostrar quem estava no poder.
Ele devorava a boca de Gabrielle sem tempo para que a garota pudesse retribuí-lo. Apenas se dedicava a mostrar toda a força que possuía, alguns poderiam até dizer que aquele beijo fora um tanto machista, mas Gabrielle estava gostando, era a primeira vez que tinha os lábios de Henrick assim, em contato com os delas, havia sonhado com esse momento, e não seria agora que iria impedi-lo.
O Vampiro continuou o beijo por mais alguns segundos, puxando o lábio inferior da garota com os dentes e soltando-os após, fazendo-a gemer alto. Ele a encarou misterioso, passando levemente as mãos pelo quadril bem moldado da serva.
- É assim que deseja ser tratada, Gabrielle? – perguntou desdenhoso.
A garota ficou muda, não sabia o que dizer, qualquer palavra estaria contra ela no momento, precisava se afastar daquele contato perturbador, precisava pensar. Assim sendo, tirou as mãos dele de seu quadril e saiu correndo em direção ao quarto. Henrick não relutou enquanto ela se retirava.
A porta bateu com força, Gabrielle se dirigiu pra janela, sentando-se no parapeito da mesma, não via a lua, nem as estrelas... Tudo estava encoberto pela tempestade que provavelmente viria. Não conseguia parar de relacionar a tempestade com seus próprios medos e duvidas. Sentia vontade de chorar, mas porque? Sempre desejou os lábios de Henrick e agora os teve. Num contato febril e possessivo, mas teve. O corpo tremeu, um frio sobrenatural entrou pelo recinto, as mãos foram pros braços, tentando esquenta-los em vão. Suspirou pesadamente, não seria fraca, não fugiria nunca mais que nem uma criança... As lagrimas corriam travessas pela face pálida, o surpreenderia, levantou-se de supetão e se aproximou do guarda-roupa, abrindo-o com os olhos fixos numa peça que jamais teve a coragem de usar.
Os lábios rubros sorriam diante do espelho de prata, passou a mão pela própria face, estava arranjando coragem para o que faria.
- A antiga Gabrielle morreu... A antiga Gabrielle morreu... – sussurrava pra si mesma, perdida em seus pensamentos.
Mordeu o lábio inferior, e se levantou da penteadeira, abrindo a porta vagarosamente, o destino era apenas um: O quarto de Henrick.


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