Caminho Para a Eternidade - Parte X

Meg abriu os olhos, agora, a escuridão já a rodeava. Havia anoitecido e graças a deus ela tinha conseguido dormir por algumas horas. Porém, agora, teve consciencia do que a acordará, passos pesados ali proximo, parecidos com algum tipo de coturno, suspirou, era mais uns dos guardas de seu pai, provavelmente. Virou-se do outro lado da cama e voltou a fechar os olhos, procurando dormir mais um pouco. 


Victor observava Melissa dormir do outro lado da varanda, a porta de vidro, e as cortinas brancas estavam entreabertas, dando-lhe um visão perfeita da garota. Ela estava deitada, encolhida na cama, como se precisasse se proteger de algo, a camisola simples, de seda, cobria o corpo com perfeição aos olhos do rei. Encostou a cabeça na porta de vidro com cuidado, os cabelos negros lhe cairam pelo rosto, e ele respirou profundamente, com certa determinação abriu a porta de vidro com cuidado e entrou no dormitorio de Melissa. A jovem estava acordada, provavelmente, mas não percebeu a presença dele. Victor esticou  a mão, pensou em toca-la, dizer que não era obrigada a se casar com ele, que tudo ia acabar bem e ninguém nunca mais ia toca-la com grosseria ou derespeito. Mas não, era mentira, não era? Ele estava ali pra firmar compromisso com os pais de Melissa, e agora, olhando-a, ele teve a certeza que era fraco demais pra deixa-la ir. Queria ela, mesmo que o odiasse para sempre. 
Ele odiava Melissa, odiava. Em apenas alguns encontros a garota despertou nele um sentimento que ele jamais achou possivel, uma esperança e uma doçura tão grandes que pareciam surreais. O que havia nela? Não havia provado do poço de amargura e podridão do mundo? E se havia, porque não tinha sido consumido por ele? 
- Será que sou capaz de te tocar, Melissa? - Ele sussurrou.
Como esperado, Melissa se virou, assustada. Porém, quando a jovem fez isso, Victor não estava mais lá.
A mãe de Meg estava com os olhos brancos, literalmente, de tanta surpresa a ver Victor na sala. Com certo desespero a mulher saiu do sofá e se curvou ao rei, sussurrando diversas coisas que Victor não prestava atenção.
Fitou o olhar no pai de Meg, Nicolas, aparecia na porta, e o encarava. Porém, com respeito, também se curvou, sussurrando um grave "Majestade". 
Victor levantou a mão e fez um gesto para a aproximação de ambos. Embora a mãe de Meg já estivesse quase abraçado a ele de tão perto que estava. Nicolas a conteve, puxando-a pelos ombros para perto dele.
- Não vou enrolar, tenho muitas coisas para fazer... - Victor começou, tentando demonstrar ao maximo que era o homem de sempre, que nem Melissa, nem nenhuma mulher o mudara. - Tenho que me casar, e escolhi a filha de vocês. 
A mãe de Meg sorriu tão abertamente que Victor viu as presas dela de excitação pela noticia, Nicolas agradeceu e questionou:
- Quando será?
- Fim de semana, vem o ritual da Lua Cheia, e dizem os conselheiros que é uma bom momento para gravidez. - engoliu em seco, se tocar Melissa era um desejo enorme dele, era também um receio. Pensar em fazer sexo com ela como fazia com todas as outras mulheres pareceu nojento demais, até para ele. - Provavelmente, Sexta. 
Os pais de Melissa concordaram, e Victor saiu de lá com a desculpa de fazer algo que os reis fazem, como caçar ou recusar leis, mas só queria sair dali antes que Melissa soubesse seu destino. Olhar para os olhos profundos dela e ver desespero, o deixaria atordoado demais. Pegou o celular e discou os numeros já tantos conhecidos. Seu mordomo atendeu, e Victor apenas disse:
- Uma loira e uma morena. Agora.