Caminho para a Eternidade - Parte XX

Melissa sentiu uma luz forte, e um incomodo nos olhos, tentou abri-los devagar, sua cabeça doía tanto que nem conseguia pensar direito no que estava acontecendo, sentia que iria vomitar. De repente, a vontade chegou com tamanha força que só conseguiu juntar as forças necessárias pra se erguer e vomitar no chão, sangue, muito sangue. Mais do que já vira em toda sua vida. Alguém colocou a mão na sua cabeça, uma enfermeira?
- Majestade! – Ela gritou surpresa, fazendo Melissa ter mais dor de cabeça ainda – Meu Deus, não acredito... Deite-se, por favor, traremos alguém pra limpar isso. – A enfermeira ou seja lá o que fosse, colocou uma luz nos sonhos de Melissa a fazendo recuar, assustada. Puxou o braço e sentiu uma dor muito forte que a fez gemer.
A mulher de branco limitou-se a dizer:
- Por favor, deite-se, descanse, eu já volto.
Melissa deitou a cabeça pesada no travesseiro, e tentou entender a dor que sentira no braço, virou a cabeça pra direita, e se fixou um tubo preso a seu braço por onde algo vermelho e rubro passava, seguiu a linha do tubo preguiçosamente, até reparar que um homem estava sentado numa poltrona ao seu lado, a cabeça estava caída pra frente, os cabelos enormes desalinhados sobre seu rosto, as costas estavam curvas, parecia desmaiado ou algo assim. Viu o tubo saindo do braço dele, ele estava... Doando o sangue dele pra ela, e sabia...  Embora não conseguisse acreditar que aquele homem, naquela postura, naquela situação, era o rei dos vampiros, seu marido...
- Victor... – Reuniu forças pra dizer, mas não reconheceu sua voz, estava rouca, diferente, moribunda, mesmo com a dor forte em seu braço, esticou a mão na direção de Victor.
- Ele é seu herói, majestade. – Ouviu uma voz feminina deveras alegre falar enquanto se aproximava dela, e checava as maquinas presa ao corpo de ambos, observou que Melissa não expressou reação com sua chegava, apenas focando em Victor e falou: - Não se preocupe, ele esta vivo. Apenas desmaiou. Não lhe falta muito sangue.
- Então pare... Tire... Isso de mim. – Melissa disse, tentando puxar o tubo do braço. A doutora, como se imaginasse o que ela ia fazer, segurou o braço dela, e disse: - Vou retirar agora. Não se preocupe, estamos de olho nele e estamos tentando fazer mais transfusão nele, ele é o rei, e é um vampiro, assim que eu tirar isso de você, em algumas horas ele estará melhor. Meu Deus... – Fez uma pausa dramática e longa - Majestade... Esse homem te ama. – Disse com um meio sorriso enquanto retirava o tubo de conexão do rei. E checava os sinais vitais dele.
- Me ama? – Melissa sussurrou, baixo demais pra doutora e qualquer outra pessoa ouvir. Agora sua mente se aquietava e a dor sumia, sua saúde, sua força estava voltando numa velocidade impressionante. Mas só queria ficar ali, se focar em Victor e esperar ele acorda-lo.
- Se não fosse virgem, isso não teria acontecido. – Ouviu Victor resmungar, ainda de cabeça baixa, e sorriu como jamais sorria antes da vida. A cabeça do rei balançou, como se ele tentasse levantar a mesma em vão.
Melissa saiu da cama o mais rápido que pode, ignorando quaisquer outros fios presos a seu corpo e foi aos braços de Victor, o abraçando fortemente, sentiu o corpo dele tremer, nessa hora notou que tinha deixado o lençol pra trás e que estava nua nos braços dele.
- Obrigada... Muito obrigada... – Sussurrou, com lagrimas nos olhos enquanto ouvia o coração de Victor bater lento demais. Sentiu a mão pesada de Victor em suas costas, descendo e tocando sua cintura.
- Seria um pecado imperdoável desperdiçar seu sangue, Melissa... – Victor sussurrou, conseguindo erguer a cabeça e olhar para Meg, seus olhos azuis, agora acinzentados, assim como sua pele. Melissa o fitou preocupada.
-  O que posso fazer pra te agrade... – Perguntou tocando o rosto dele, e se ajeitando em seu colo.
- Me beija. – Victor pediu antes mesmo de Melissa encerrar a pergunta, a fazendo o olhar envergonhada – Vamos Melissa, já esta nua no meu colo, o que um beijo mais vai causar? Quero que me beije.
Melissa sentiu um frio forte na barriga, tá bem, já havia beijado o Erik, quando era mais nova, mas com Victor, era algo muito diferente, todos os beijos que os dois trocaram até aquele momento, eram beijos forçados por Victor, e apenas um homem ela havia sentido vontade de beijar em toda sua vida, Erik. Mas agora, ali, sentia seu coração e seu corpo muito diferentes de quando esteve com Erik, abriu a boca pequena e a encostou no do de Victor por alguns segundos, só imaginando o que sentiria, viu seu coração bater forte, e perdeu toda noção de certo ou errado, tocou o pescoço dele e o beijou profundamente, fazendo Victor “acordar” e reagir instantemente, pegando o corpo dela com força e passando a língua pela boca dela. Os corações de ambos despertaram e começaram a bater forte demais para impedir a fúria que vinha com aquele tocar de lábios, Victor podia estar moribundo, mas com certeza, estava longe de estar morto, Melissa refletiu durante o beijo e os toques fortes dele.
- Aham – Ouviu a doutora reagir, colocando a mão na boca como em uma falsa tosse – Perdoe-me interrompê-los, mas vossa majestade precisa de mais transfusão.
- Preciso não – Victor colocou as mãos nas pernas de Melissa e a ergueu no colo, fazendo-a gritar surpresa. – Vamos pro quarto.
- Mas senhor... – A doutora parecia surpresa demais pra expressar algo – Majestade... Precisa de sangue.
- Já basta o que me deram, não se preocupe, estou bem.
Só deu tempo de Victor pegar um lençol, cobrir o corpo de Meg e sair daquele lugar. 


Continua...

Roberta P.

Ps. Primeiramente MUITO obrigada pelo carinho e apoio nos comentários, não só aqui, como no facebook, no twitter e etc, muitas vezes são vocês em outras redes sociais que me lembram de postar aqui. Continuem dizendo o que estão achando, parte do enredo já esta em boa parte de desenvolvimento (pra não dizer muito), mas sou obrigada a informar que tal história não tem previsão de fim, por incrível que pareça, Caminho para a Eternidade ainda tem muito mais para dar a vocês, não desistam dele, e espero que sempre voltem aqui para se saciarem um pouco mais, acreditem esse é um vício que alimento com prazer.